quarta-feira, 30 de março de 2011

A Carta

A Carta

Escrevo essa carta
Com muita atenção
Não é de desgraça
É de reparação
Daquilo que foi vida
Daquilo que nunca vai ser
Pois sem você querida,
O que me resta é morrer.

Eram 6 da manhã daquela terça-feira, horário que trazia lembranças para aquele homem. O céu estava cinza... Cinzas de lareira, de cigarro, do corpo. O corpo que não sente já inexiste, tão triste. Bela moça, honesta e inteligente, meiga e delicada, conhecida na vizinhança e por todos era amada. Que triste incidente, pelo que se falava, ela nunca via maldade, menina inocente conheceu no amor a felicidade que na vida se sente.  
 Amou-o no instante que o viu, homem de boa família conhecido por ser gentil e por ter honestidade, mas quem não tem guardado uma história de promiscuidade?  A moça apaixonada ignorava o que ouvia, tentaram avisa-la, mas não acreditava nem no que via. Ao mesmo tempo o moço lembrava-se do dia da despedida, da mulher que ele amava e da paixão que ele sentia. Foi numa terça fria que a prostituta entrou no vagão, do trem que a levara e do homem o coração.Toda terça-feira escura, lembra-se da antiga mulher, sonha em um dia encontra-la na rua, em um bar, ou num café. Escreveu-lhe uma carta com a mais profunda dor, pois pouco a pouco ele morria, morria de amor. 
Bela moça, bela e triste, não conteve a emoção: ao ler aquela carta, enfiou-lhe um facão. A vizinhança ao ler a carta fez seu julgamento “Pobre homem, se matou por grande sofrimento”.A feia e velha hoje tem sua sala bem vazia, mas guarda as cinzas daquele por quem tanto sofria.  

Um comentário:

  1. olha... acho q as coisas ruins valem a inspiração. se não fosse a bad q te fez escrever vc n teria tido a oportunidade de se expressar tão bem.

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